quarta-feira, 27 de julho de 2011

Corro.
O mundo treme aos meus olhos que logo embaçam,
Já não faz mal, não vejo meu caminho, mas tudo o que já presenciei. Estou em dois lugares e quebro minhas próprias leis.
Teus velhos olhos, cansados, ainda me olham, me enganam e me prometem paz.
A paz que busquei me enganou; eu me enganei. Sabia no fundo que tudo é o contrário do que se quer!
Acelero.
Já não corro por correr, sinto que vou fugir.
Uma lágrima se mistura ao suor, ignoro-a, é mais uma...
Minhas pernas disparam, quase se apartam de mim, meus braços já não sabem a quem estão a obedecer.
Não sinto. Ainda estou dentro de qualquer lugar que não seja o que vejo.
Teus olhos sorriem, me abraçam. Se apartam...
O tempo que volta já morreu, não existe mais além de dentro de mim.
Parece vivo, tocável, mas inalcançável.
Seus olhos se entristecem, fecham-se.
A lágrima do que já foi lateja. Arde em meus olhos secos...
Me vejo e já não sei o que é, do que se trata.
Tudo se mistura aos compromissos. Seus olhos se dissolvem no meu olhar, que volta ao tempo real.
Suspiro e diminuo os passos. Meu coração parece que explode por dentro. Naturalmente.
Sinto o frio agora se envolver com meu suor. O mundo é dois e um. Eu sou uma e tento quebrar-me em várias para percebe-los.
Quase sempre é bom retomar sem precisar voltar...
Quase sempre!

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