sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Viciada eu?!!

Um amigo meu me disse que estou viciada em Caio Fernando Abreu, eu ri, não sei se é bom ou ruim, mas por enquanto é pelo menos prazeroso...
Ele me indicou outra escritora, chama-se Ana Cristina César; procurei no mesmo momento (há pouca coisa disponível, talvez pelo seu curto tempo de vida ou por não ser tão conhecida... pelo menos eu não a conhecia) e achei duas poesias que me agradaram e com as quais me identifiquei muito que compartilho com vocês:


É muito claro 
amor 
bateu 
para ficar 
nesta varanda descoberta 
a anoitecer sobre a cidade 
em construção 
sobre a pequena constrição 
no teu peito 
angústia de felicidade 
luzes de automóveis 
riscando o tempo  
canteiros de obras 
em repouso 
recuo súbito da trama


Quando entre nós só havia 
uma carta certa 
a correspondência 
completa 
o trem os trilhos 
a janela aberta 
uma certa paisagem 
sem pedras ou 
sobressaltos 
meu salto alto 
em equilíbrio 
o copo d’água  
a espera do café

A autora cometeu suicídio aos 31 anos, se jogou da janela do 13º andar do apartamento dos pais...
Meu amigo se lembrou da música do legião Urbana 'ela se jogou da janela do 5º andar'
Nada é tão fácil de se entender... Mas viveu bem enquanto pôde, escreveu bem...
Vale a indicação

Um pouco de serotonina, por favor?!

Queria estar um pouco muito mais feliz agora...
Há dias e dias... Paciência...

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Pra lá do rio Paraná...

Depois do tenso dia de ontem, que com toda certeza não amanheceu para mim (o carro com o qual eu estava parou de funcionar bem quando ia saindo da casa de uma amiga (irmã), tive que pedir para uns caras me ajudarem a empurrar pois ele empacou bem na frente de duas garagens; eu tinha que buscar minha mãe, saí correndo e peguei o carro de minha avó emprestado; o banco do motorista estava solto e eu não conseguia fixá-lo, a cada acelerada o infeliz ia mais para trás; começou a chover, tive que esperar minha mãe no carro, e com a chuva cada vez mais forte eu não podia abrir o vidro e já estava morrendo de calor... enfim... fora que choveu muito mais a noite, só porque eu ia sair...) hoje peguei o busão, de volta aos estudos... Eu sei que tive férias de quase 3 meses (UAU *-*) e já estava até ficando enjoada, mas, ir embora de casa é sempre uma tal dor, lá no fundo, que ninguém mais percebe; é difícil de se acostumar com esse tipo de situação,longe das pessoas que ama, mas a gente enfrenta, pois como toda escolha, tem lá suas consequências, que daqui um tempo serão até revertidas em algo bom para mim... eu sei que vão...



''Quando partiu, levava as mãos no bolso, a cabeça erguida. Não olhava para trás, porque olhar para trás era uma maneira de ficar num pedaço qualquer para partir incompleto, ficado em meio para trás. Não olhava, pois, e, pois não ficava. Completo, partiu.''
(Caio Fernando Abreu)

Mas eu sei que sempre, a cada volta, uma boa parte de mim fica...

''Toda despedida é dor, tão doce todavia que eu lhe diria boa noite até que amanhecesse o dia...''
(William Shakespeare)

Ahh, tudo bem vai, carnaval estou de volta rsrs

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Cadê a Cultura?!

Após ler o post que cita a Tv Cultura, um amigo meu veio me comunicar sobre alguns dos últimos acontecimentos em relação a essa emissora...
João Sayad, economista e ex-secretário da cultura, que assumiu a presidência da Tv Cultura há 7 meses, anunciou pelo menos 150 demissões (mas comenta-se mais de 200) para seu projeto de reestruturação da emissora... Afirmando que havia um inchaço no quadro de funcionários e vê essas demissões como forma de 'racionalizar a televisão'


http://portalimprensa.uol.com.br/portal/ultimas_noticias/2011/02/09/imprensa40654.shtml


Como uma das consequências, o programa Zoom, que exibia documentários, curtas e entrevistas com diretores, organizadores de eventos culturais e atores, já foi cortado da programação e se tornará um quadro do programa Metrópolis...


http://www.estadao.com.br/noticias/arteelazer,apos-demissoes-tv-cultura-extingue-o-programa-zoom,676839,0.htm


''Hoje, quem comanda a Cultura, são os verdadeiros cabides de emprego. Querem todo o dinheiro pra eles e que se dane o telespectador que assiste a TV.'' diz um dos 150 dispensados.


http://www.planetaosasco.com/oeste/index.php?/201102128116/Coluna-politica/depoimento-de-um-demitido-da-tv-cultura.html




http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20110208/not_imp676575,0.php


Eu sabia que não poderia elogiar muito...


QUE RAIVA! Querem mexer em um canal que tinha capacidade de nos mostrar realmente o lado cultural do país, com programas que não tinham medo de questionar, como o Roda-Viva, Provocações, programas com boas discussões, como Café Filosófico... Eles querem dominar todo e qualquer tipo de informação verdadeira, que não tenha influências ou politicagem...


Vontade de xingar não falta, não acham?! Mas não adianta, assim pelo menos não...

Ele fala por mim...

,
"Me explica, que às vezes tenho medo. Deixo de ter, como agora, quando o vento cessa e o sol volta a bater nos verdes. Mesmo sem compreender, quero continuar aqui onde está constantemente amanhecendo."


"Essa morte constante das coisas é o que mais dói"


, Caio Fernando Abreu...

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Para começar bem o dia...

Nesta manhã liguei a Tv e passei pelo canal Cultura, canal que ainda prezo por ainda não se apresentar corrompido por modas, moralidades ou políticas... No momento estava passando o trecho de um documentário. Comecei a gostar sem ao menos saber do que se tratava; sabia que envolvia León Gieco, músico argentino, e um grupo de pessoas com diversas deficiências fazendo shows pela Argentina.
Busquei na internet e me encantei muito mais! Trata-se de um projeto chamado 'Mundo Alas' que junta uma turnê por várias cidades argentinas, um documentário envolvendo não somente os shows, mas a história de cada integrante do projeto, seus sonhos dificuldades e avanços, e finalmente um livro.
O projeto envolve músicos, cantores, bailarinos e pintores, todos grandes artistas com diferentes deficiências que mostram sua visão do mundo, o que lhes preocupa,  o que lhes dá ânimo e o que os inspira em um show que combina musica, dança e pintura. Um show onde se destaca o rock, o folclore e o tango junto com grandes sucessos de León Gieco.
O trecho que assisti contava a história de Alejandro Davio, que nasceu com hidrocefalia congênita ; foi submetido a 17 operações e durante as internações começou a desenvolver o dom da música, com o violão que sempre levava consigo para o hospital.
Creio que no documentário completo tenha a história dos outros integrantes... Enfim... EU QUERO! rs


No site há mais informações sobre > http://www.mundoalas.com.ar/index_esp.html







Ao assistir, pensava o quanto reclamamos mesmo quando estamos com todas nossas capacidades em perfeito estado... Temos uma vida, pernas para andar e mãos para apoiar... e mesmo assim, não sabemos aproveitar... É uma ótima lição...
Deu vontade de tocar junto \o/


porque... 'pra que quiero pies si tengo alas?'

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Demorou, mas estou aqui...

Final de férias é uma coisa... tediosamente frenética! Entro na internet, saio da internet, ligo a tv, desligo a tv, abro o livro, fecho o livro, sujo um copo, lavo o copo, olho p/ a janela, ou está muito sol ou está chovendo... daqui a pouco estarei conversando com uma bola, porque montar um blog, eu já montei (AHA, brincadeira)!
APOSTO que em 1 mês de aula (otimista ainda) já estarei resmungando também...
# Momento desabafo Mode Off #


Há umas 2 semanas um amigo meu compartilhou comigo um conto que ele escrevera num momento de inspiração contínua... Adorei o conto e prometi que postaria no dia certo... Supõe-se então que hoje seja o dia certo...

Boemia
Andando em uma rua escura e vazia, escura como um porão e vazia como a garrafa de Jack Daniel's que deixei logo para trás.
Entre olhos vejo que o céu está triste e borrado, as estrelas estão apagadas como quem apaga um palito de fósforo.
Apenas vejo grandes manchas cinzas no ar de infinitos pingos a serem pingados pela chuva.
De longe posso sentir a brisa do ar, o friozinho e o arrepio que me segue no caminho para casa; e para me manter aquecido, ando o mais rápido possível.
Ah, como preciso de um cigarro, meu último maço se perdeu durante aquela discussão com meu parceiro de ressacas, falávamos tanto sobre homens versus ciência versus religião que perdemos a noção de hora e hábitos, perdemos nossa fé no mundo e também perdemos a cabeça.
Não queria ir embora, aquele Pub me confortava! Lugar fino e rústico, cadeira de boa madeira, a banda de Blues que tocava não só boas musicas, tocava também aqueles meus sentimentos mais íntimos, minhas pupilas dilatavam e meu coração batia junto com a bateria.
 Ainda não creio que não tinha nenhum taxi por perto quando me retiraram daquele Pub, poxa vida, nem 6 horas são ainda! Eles não tinham o direito de fechar antes de eu gastar meu ultimo tostão.
Meus olhos ardem, sinto minha boca formigar e minhas mãos estremecerem, minhas pernas praticamente andam por si próprias; quem se importa com um velho boêmio e carrancudo como eu? Tantos carros passando, só não param para me ajudar por que não sabem o quão rico eu sou! Ainda bem que não sabem.
Meu paletó está a pingos de suor e chuva, meu cabelo, ou pelo menos o resto do que sobrou da década de 70, está encharcado como se um dilúvio tivesse passado por aqui.
Sinto falta dos velhos tempos, onde todos tinham um ideal que podiam seguir sem culpa, tínhamos uns aos outros, tínhamos a música como consolo! Era se unir aos governantes corruptos ou revolucionar uma época! Muitos se foram, amigos, ideais, manias e musicas... Todos foram com a overdose.
Faltam algumas quadras ainda para chegar até minha casa, meu cansaço não se iguala a nada que conheço, sinto meu pé queimar como se estivesse andando sobre brasas, minha cabeça lateja, parece que tambores invadiram meus ouvidos e lá foram esquecidos junto com quem os tocava.
Olho para trás para ver se ninguém está me seguindo, sinto que tem alguém me espiando, porém, não vejo ninguém... Acho que preciso de mais um drink.
O sono e o desgaste me atormentam, preciso de um banho, de minha cama e de um comprimido.
Mas, o que é isso?  Como posso me rebaixar a esse ponto? Ah... Sempre me flagro com esse olhar de desânimo, em ruínas que se desgastam cada dia um pouco mais, dia após dia, sem tender a parar.
Penso em sair dessa cidade de loucos, penso mesmo em sair! Mas o que ou quem me restaria? Apenas eu e o mundo? O mundo é o mais cruel de todos, é quem me fez assim... Frio, sarcástico e rude com as pessoas... Aposto que ninguém mais me quer por perto, nem mesmo meu companheiro de ressacas. Tenho certeza de que ele tem seus motivos.
Motivos, motivos e mais motivos! Preciso de um agora para continuar a caminhar... Essa longa caminhada de cansaço e frio está me dando cada vez mais náusea, maldito Jack!
Vou me sentar, dar uma pausa no sufoco, refrescar as idéias! Onde já se viu? Falar mal do Jack? Só posso estar pirando mesmo.
Essa sarjeta está bem tentadora... Um pouco suja, mas eu no momento não sou a pessoa mais limpa do mundo! Hahaha
Esse lugar está me dando uma preguiça, vou fechar os olhos, só pra descansar!
Ah, que alivio! Mas não posso demorar muito aqui, tenho certeza que vou pegar no sono... Só mais um minutinho... Só mais um.

Fernando Tulim de Melo.
28/12/2010.

Sem comentários, não é?! Cada vez que leio esse conto, consigo imaginar perfeitamente a cena... Muito Bom! Me faz pensar... Me faz querer estar inspirada também...


terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Ontem peguei meu antigo bloquinho de notas para anotar (o que seria a função mais óbvia para um bloquinho de notas...) umas coisas para minha mãe, quando, de repente, na última folha do bloquinho achei uma poesia rascunhada, cheia de rabiscos e rasuras, torta de tanto se adequar ao formato irregular da folha e, adivinhem, era minha. Não me lembro onde, nem quando e nem  por que, mas sei que fui eu quem escrevi...
Publicarei por dó de tê-la esquecido...

'Poesia é a tradução em palavras daquilo que sentimos e pensamos 
É a revelação que em nossa boca engasga e que em nosso coração se esconde
É o descarregar de emoções, dores e desejos
É o resumir de tudo aquilo que nos machuca e que não conseguimos traduzir em sons ou atos
É aquilo que guardamos no fundo de nossa alma
É a dor da ferida que um dia foi aberta e permaneceu exposta
É o clamar de um coração aflito e confuso
É o pedido de socorro que nossa alma nos faz 
É o comando involuntário e aflito de nossos pensamentos'

Estou até agora me perguntando se isso realmente era meu, e estou até agora me perguntando se essa primeira pergunta revela algo bom ou ruim, rs

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Era uma vez...


Quem, durante a infância, não se encantou com os contos de fadas (principalmente as meninas) e sonhou com castelos, princesas em belos vestidos, príncipes 'valentes' e finais felizes? (No qual o tal príncipe, no final das contas, não fez quase nada em comparação à 'barra' que a princesa teve que enfrentar; uma boa lição para aquelas que seriam as futuras 'donas de casa')

Até o dia em que alguém te conta que os contos originais não eram tão belos assim... O castelo cai, o vestido rasga, e o príncipe foge com a madrasta (maldade!).
Brincadeiras a parte, vale a pena ir atrás de livros que mostrem como surgiram os contos originais, que, ao contrário das histórias que conhecemos, não foram escritos para crianças e muito menos tinham fundo moral (ou seja, nada de apresentar as histórias originais para as crianças hein!); temas como pedofilia, incesto, adultério, canibalismo e mortes conduziam os contos originais. (tenso)
Apresentarei alguns de modo resumido, só para dar o gostinho...

CHAPEUZINHO VERMELHO
Chapeuzinho Vermelho 'no susto'

Há várias versões de Chapeuzinho Vermelho. Na versão de 1889 de Charles Perrault, o conto termina com o lobo comendo a Chapeuzinho e a Vovó. Não há caçador pra ajudar.
Já na versão de 1884, dos Irmãos Grimm, o caçador vai à casa da vovó, vê o lobo dormindo e então usa uma tesoura para abrir a barriga dele e tirar as duas de dentro. Antes que o lobo acorde, a Chapeuzinho enche sua barriga com pedras pesadas. Assim que ele acorda, tenta correr e não consegue por causa do peso, então, cai morto. 
Em uma versão mais pesada (a qual não consegui achar a origem) Chapeuzinho Vermelho encontra o Lobo disfarçado de Vovó (provavelmente com a velha já sendo digerida) e chega a fazer 'strip-tease' para distrair o Lobo e conseguir fugir. Outra versão mostra o Lobo fazendo sopa de Vovó e obrigando a Chapeuzinho a jantá-la com ele; Chapeuzinho diz que precisa ir ao banheiro (que naquela época ficava do lado de fora das casas) e foge.

BELA ADORMECIDA
O rei 'se apaixonando'
           O conto original de A Bela Adormecida (Belle au bois Dormant) foi escrito pelo francês Charles Perrault em 1697 e depois ganhou uma versão dos alemães Irmãos Grimm (com o nome Little Brier-Rose). Mas antes, em 1634, o italiano Giambattista Basile havia publicado um conto muito semelhante chamado Sol, Lua e Tália (Sun, Moon, and Talia) que foi a inspiração de Perrault.
Nesta versão a princesa Tália adormece por causa de uma profecia, na qual uma farpa de linho entra sob sua unha e ela imediatamente cai morta. O rei coloca o corpo de sua filha em um palácio, tranca-a e parte para sempre, pra apagar a lembrança de sua dor. Algum tempo depois, outro rei estava por ali caçando e encontra Tália. Ele apaixona-se por sua beleza, mas como não consegue acordá-la, a estupra e vai embora. Nove meses depois Tália dá a luz gêmeos, Sol e Lua, mas continua adormecida. Um dia um dos bebês não encontra seu seio para mamar e coloca a boca no dedo da mãe e suga. Suga com tanta força, que extrai a farpa e faz despertar. Um dia o rei lembra-se de “sua aventura” com Tália e resolve ir visitá-la. Ao encontrar sua bela, não mais adormecida e com duas crianças, resolve se casar com ela. A esposa do rei descobre o caso e manda cozinhar as duas crianças e servi-las para o rei. Mas o cozinheiro prepara cabritos no lugar. Depois a rainha manda buscar Tália para lançá-la ao fogo, mas o rei chega e lança a própria esposa no lugar de Tália. Ele casa-se com Tália e vive com ela e seus filhos. Fim! (eu disse que era tenso)

Minha opinião sincera? Acho muito mais engraçado os contos originais, mas não dormiria a noite se fosse criança...
Depois disso só posso desejar-lhes Bons Sonhos... (com efeito de risada malvada no fundo)

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Música

Hoje quero compartilhar algo que aprecio muito desde meus 9 anos: a música.
Fiquei pensando em qual música postaria, uma que mexesse comigo por algum motivo. Enquanto isso eu ouvia minha lista de músicas, e, quase que coincidentemente começou a tocar a seguinte música:


Esta não foi a primeira música pela qual me apaixonei, mas desde quando a ouvi pela primeira vez, ela mexeu de alguma forma comigo, com sua letra, seu ritmo levemente animado e pelo sentimento que o cantor carregava na canção. Pude entender que a letra falava, a primeira vista, que tudo um dia finalmente passa, mesmo que hoje sintamos medo, mas pesquisando um pouco mais descobri que essa música foi composta no período da Ditadura Argentina (1976-1983), e, como toda música em períodos de ditadura, levava consigo uma crítica indireta, pois "los dinosaurios van a desaparecer" ou "os ditadores um dia terão que ir embora" mesmo que muitas pessoas (cerca de 30.000) já tivessem desaparecido (e nós já conhecemos essa história, não é?), ainda havia esperança (cartazes com a expressão 'Nunca Mais') ...

Quem se interessou pela história, vale a pena
Quem se interessou pela letra, vale a pena
Quem se interessou pelo cantor, vale a pena
Quem se interessou pelo bigode do cantor... por favor né!

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Esperança(?!)

Hoje o dia amanheceu nublado, mas como sou teimosa, acordei feliz. Mais tarde o sol sentiu saudade e apareceu...
Enfim,
Por esses dias (na verdade, há um bom tempo) tenho refletido muito sobre tudo o que tem acontecido ao meu redor, e não me refiro apenas as coisas próximas. Sinto um certo desespero contido quando penso nas manifestações violentas, nos ataques terroristas, na miséria (isso já é papo mais antigo, mas ainda existe), nas doenças, nas mortes, nos desastres naturais (ainda que isso seja mais justificável... e revele o limite e pequenez humana), nos lixões cada vez maiores, nas árvores que vão ao chão, nas queimadas, na extinção de animais (assunto cada vez menos raro), na água cada vez mais suja, no ar cada vez mais denso e poluído... Tudo tem acontecido de forma tão rápida e ao mesmo tempo tão lenta, que temos nos conformado com esses fatos. Assistimos a Tv que mostra a tragédia e em seguida os gols da rodada, ou a notícia da separação de algum ator famoso. Sentimos mais piedade quando vemos um cão morrendo do que quando ficamos sabendo que N pessoas morrem em consequência da AIDS na África, ou de outra doença típica das condições dos países subdesenvolvidos, todos os anos (mortes se tornam apenas estatísticas). Perdemos a capacidade de amarmos uns aos outros, nos apegamos mais facilmente a objetos pois nos sentimos sós e somos orgulhosos demais para aceitar ajuda ou companhia. Sentimos inveja e maldizemos com facilidade, morremos pela boca, nos interessamos pela tragédia alheia e nos esquecemos de nossa própria vida, de nossa família, do que realmente é essencial  ('O essencial é invisível aos olhos (...) só se vê bem com o coração',O Pequeno Príncipe,Antoine Saint Exupery- inesquecível a lição que esse livro nos apresenta); e quando se vê, a vida já acabou, e o que nos restou, lembranças vazias e uma carcaça cada vez mais pesada.
Tudo o que deveria ser incomum, inaceitável e incômodo agora faz parte de nossas vidas, impregnou-se em nós e nos acomodou, nos cegou...

Eu não sei mais o que pensar, sei que isso me atordoa, sei que sinto vontade de gritar, de questionar desde quando nos tornamos tão mesquinhos assim. Admitir que é o mal do ser humano é se render, é mostrar que nosso comportamento é imutável e que nossas atitudes são irreversíveis , e sabemos que não são, mas temos preguiça de querer mudar a nós mesmos, afinal, toda mudança gasta energia e tempo, e a energia está cara e tempo é dinheiro... É mais fácil apontarmos um para a cara do outro fugindo sempre da culpa e caindo em uma eterna discussão do que nos levantarmos da maldita cadeira e tomarmos alguma atitude a respeito...

Esperança ainda tenho, só não sei se estarei viva para ver alguma ponta de mudança...
De qualquer jeito... eu espero...




(* A Mafalda me entende)