sábado, 23 de abril de 2011

Me diz,
 pr'onde vão os balões que as crianças sem querer os soltam pelo ar?!

Só sei que eu, humana e errante, continuei aqui quando minha criança soltou-me de suas mãos...
E um dia,
 com meu próprio balão, soltarei-me com ele e finalmente poderei voar...!!!
Pr'onde os balões vão quando estamos indo junto?
Pra mim já não importa tanto... desde que ele vá longe o bastante... até que nos dissipemos no infinito do    horizonte...
 e eu já não possa revelar o quanto olhei para trás...


quinta-feira, 21 de abril de 2011

Everybody Hurts


''Quando seu dia é longo
E a noite - a noite é solitária,
Quando você tem certeza de que já teve o bastante desta vida,
Continue em frente

Não desista de si mesmo,
Pois todo mundo chora
E todo mundo se machuca, às vezes...

Às vezes tudo está errado,
Agora é hora de cantar sozinho.
Quando seu dia é uma noite solitária (aguente firme, aguente firme)
Se você tiver vontade de desistir (aguente firme)
Se você achar que teve demais desta vida,
Para prosseguir...

Pois todo mundo se machuca,
Consiga conforto em seus amigos.
Todo mundo se machuca...
Não se resigne, oh, não!
Não se resigne
Quando você sentir como se estivesse sozinho.
Não, não, não, você não está sozinho...

Se você está sozinho nessa vida,
Os dias e noites são longos,
Quando você sente que teve demais dessa vida para
seguir em frente

Bem, todo mundo se machuca
Às vezes, todo mundo chora
E todo mundo se machuca, às vezes
Mas todo mundo se machuca, às vezes
Então aguente firme

aguente firme, aguente firme...

Todo mundo se machuca

Você não está sozinho...''

Nunca estará!


segunda-feira, 11 de abril de 2011

Sintamos nosso estômago dar infinitas voltas...
Perceba, ele não para de rodar quando o mundo aparenta estar melhor...
E não vale a pena esconder-se em doces palavras, em boas imagens,
...
Agora, vomitemos tudo o que nos faz mal, repelindo corpos estranhos que, escondidos em ingênuas figuras, nos invadem, sugam nossa capacidade de enxergar e sentir o errado, de lutar contra nossas próprias injustiças...
'Não acomodar com o que incomoda'



'Rasgo os muros do infinito,
Nos silêncios que procuro o mundo me aterra,
Não fui eu que pedi esta guerra,
Foi ela que me chegou a cada grito.

A cada grito dos injustiçados desta terra,
Refugiados de outras batalhas perdidas,
Com braços cansados e mãos vencidas,
E um olhar de silêncio como de quem berra.

Berra por todas as almas vendidas,
Sujeitas ao preço vil da escravidão.
E eu lutava se não fosse a maldição
De não conseguir sarar todas as feridas.

As feridas abertas da liberdade,
Que prometeram enquanto me prendiam,
Que prometeram mas apenas vendiam
Em troca da minha dignidade.

Se assim é, antes a morte!'

António A


(Créditos: aulas de processos grupais)

sexta-feira, 1 de abril de 2011

O que nos vale realmente?
Acumular? Olhar o próprio caminho? Vigiar-se? Enquadrar-se aos padrões? Competir? Derrubar?... Matar?!
O que nos vale, além das palavras, nosso maior recurso e álibi para uma possível pureza, ingenuidade, santidade...?
O que construímos num contexto de apreensões, de possibilidades?
O que escolhemos ser em nossa inconstância congelada?
O que fazemos com a palavra 'ser racional'? (Colocamos em nossas identidades e justificamos todos nossos atos que agradem até os nossos limites egoístas?)

Nossas palavras nos prendem a respostas decoradas... versinhos ingênuos que mascaram nossas obscuras e distorcidas faces...  Tememos a nós mesmos por isso sorrimos ao outro em troca de contentamento, e troca de que nenhum espaço seja invadido e revelado em sua pureza impura, a segurança do distante sem ligações... Sinto pena, e isso já me faz um mártir para além daquele que realmente sofre... Jogo lindas palavras que me tornam uma pessoa difícil de ser alcançada... Construo meu império em palavras que conquistem,seduzam, aprisionem, ceguem. Tenho o poder da boa fala, posso ter o mundo...

Pensemos... Reflitamos... Não respondendo em palavras, mas olhando, abusando de gestos que nos expressem em essência inconstante, escutando o que não parece interessar, respirando um ar composto de vida, sentindo o arrepiar dos movimentos da brisa, sentindo a nós mesmos incorporados num mundo estávelmente caótico... Agora...
O que nos vale realmente?
...


"A pequena Vendedora de Fósforos" do escritor Hans Christian Andersen, mostra um pouco daqueles que julgamos ter pouco... mas que sabem ir além do 'possuir' e CRIAM um mundo novo, sem renunciar ao velho. Os que pouco tem, muito mais possuem verdadeiramente!


Lembro-me de ter lido esse conto ao 8 anos de idade e já me mobilizava um pouco, na medida do que eu achava conhecer... Hoje, que já não julgo ou 'meço' conhecimentos, sinto isto ecoando 'dentro' de mim muito mais...