quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Percepções viajantes

A espuma d'água que cai no céu.
O homem que constrói e é destruído por sua própria criação. Capaz de virar um mundo de ponta cabeça.


Um horizonte belo, um ar calmo.
Encontraria isso em qualquer lugar, mas, ali não era qualquer lugar.


Perder-se no estranhamento acolhedor.
Ter a felicidade de não possuir ponto de partida nem de chegada.
 


Ver nos rostos uma mistura, um conforto de lar muito diferente do que já senti.
Rostos pintados de fé. Rezas e persistências que movem coletivamente pessoas estranhas entre si.


Nas ladeiras deixar rolar toda prisão gerada pela terra.
Sentir nas serras que cercam um pequeno mundo, um abrigo que liberta.


Entender que sorrisos ainda são bem-vindos e que conversas ainda podem ser longas.
Chegar num espaço leve onde a loucura é apenas um dos parâmetros alcançáveis da inatingível normalidade.


Anoitecer por dentro, deixar ir o que me leva, deixar para trás o que levo comigo. 
Ver no céu uma estrela que equivale aos pontos luminosos que brotam no chão.




Viajar faz bem ao organismo e à história pessoal!

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Som de sensações...



 Trata-se de 'Postcards From Italy' da banda Beirut. A banda começou a fazer sucesso no Brasil depois de ter a música 'Elephant Gun' usada como trilha na minissérie 'Capitu'. Foi nessa que eu também conheci e me apaixonei pelo som deles.
Não vou cometer a injustiça e eleger essa música como a melhor da banda, mas devo confessar que é uma das músicas que mexe mais comigo. E esse mexer chega a ser ambíguo, uma mistura de felicidade, tristeza e  saudade... complexo. 

Acho que, pelo fato de terem feito clipe e musica que se encaixam perfeitamente um ao outro, com as 'viradas' (se é que poderia falar assim) de ritmo, imagens familiares e em tom levemente sépia que remete a filme antigo, tudo junto, sem exageros no som e nas imagens, ficou perfeito. Talvez por ser um toque calmo, mas com um tanto de barulho (que me lembra um pouco cenas daquelas festas de rua mais antigas)  devido aos instrumentos diferentes que eles usam, e imagens que deem um toque de lembrança a todos que assistem,  que venha a tal dose de saudosismo e nostalgia. 
Mesmo que a família não seja nossa, que os acontecimentos não sejam nossos, e, particularmente, pelo fato da minha família nem ter esse costume de gravar cenas simples da união já passada, o clipe estabelece uma certa proximidade conosco por se tratar de um tema comum, seja isso bom ou ruim. Acho que a maioria acaba lembrando da família e da infância quando assiste ao clipe.
O efeito em mim é até maior, nem preciso mais assistir ao clipe, só a música já remete a muitas lembranças que dão essa desordem de alegria e tristeza. Aliás, a música passa-me também um ar de vitalidade, de força para 'continuar'. Fora que agrada muito aos ouvidos, tanto pelo estilo de música, quanto pela boa e dosada mistura de instrumentos (entendendo que é uma dose diferente, mas que deu certo).
Vale a pena também ler a letra da música, que também tem muita relação com o tema sugerido, principalmente em trechos como:



"The times we had. Oh, when the wind would blow with rain and snow.  Were not all bad (...) In my good times. Those are our times."


Enfim...
A melhor parte é que já passou, e a gente continua!

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Já ouvi pessoas rezando para viver mais,
Já ouvi pessoas clamando pela morte.

Ambas morreram,
fim!

...Pois li um dia numa parede pixada "A gente não nasce nem morre, só sai do campo de visão normal."
Isso ficou,
Ecoa desde então...

Como falar de morte, então?!


sábado, 10 de setembro de 2011

Para hoje, sempre Ontem

O tempo não tem perdoado as vãs tentativas de quietude,
O corpo... sinto até dó deste que me leva, pois já se arrasta revirado.
Os olhos que vês, brilha, não se engane, por desejar tanto uma lágrima que faça borrar a vista.
Os dedos que se cruzam desejam no fundo, que uns aos outros, se sufoquem,
A ardência que passa pela boca, nariz, testa, é todo o movimento que se nega a existir.
Cada palavra não dita, cada gesto amputado, é um micro-mundo que entope as veias.
Aos poucos estagna-se...

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Boa música


Acho que já vi esse vídeo em outro lugar!


It's a shame we have to die my dear
No one's getting out of here alive
This time...


domingo, 4 de setembro de 2011

'Temos todo tempo do mundo' (?!)

O sangue que me corre vai lento,
cansado me alimenta, sustenta minhas desistências,
Faço boas coisas, atos que me satisfaçam,
mas até então nada que me contenha.
A cabeça ferve de desejos,
atormenta minhas noites com medos.
O mundo me diz que posso ser o que eu quiser,
mas ainda me custa muito buscar ser eu mesma.
Eu que sei meu fim mais certo, ainda penso o que serei,
temo desistir demais, insistir demais.
Fazer tudo errado parece tão fácil e tentador.
Adequar-se a tudo é desistir de si.
Faz tempo que não sei mais o que parece certo ou errado... menos mal.
Viver é complicado!


Para fechar com chave de ouro esse domingo cansado, uma música que faz pensar, me agrada!