sexta-feira, 1 de abril de 2011

O que nos vale realmente?
Acumular? Olhar o próprio caminho? Vigiar-se? Enquadrar-se aos padrões? Competir? Derrubar?... Matar?!
O que nos vale, além das palavras, nosso maior recurso e álibi para uma possível pureza, ingenuidade, santidade...?
O que construímos num contexto de apreensões, de possibilidades?
O que escolhemos ser em nossa inconstância congelada?
O que fazemos com a palavra 'ser racional'? (Colocamos em nossas identidades e justificamos todos nossos atos que agradem até os nossos limites egoístas?)

Nossas palavras nos prendem a respostas decoradas... versinhos ingênuos que mascaram nossas obscuras e distorcidas faces...  Tememos a nós mesmos por isso sorrimos ao outro em troca de contentamento, e troca de que nenhum espaço seja invadido e revelado em sua pureza impura, a segurança do distante sem ligações... Sinto pena, e isso já me faz um mártir para além daquele que realmente sofre... Jogo lindas palavras que me tornam uma pessoa difícil de ser alcançada... Construo meu império em palavras que conquistem,seduzam, aprisionem, ceguem. Tenho o poder da boa fala, posso ter o mundo...

Pensemos... Reflitamos... Não respondendo em palavras, mas olhando, abusando de gestos que nos expressem em essência inconstante, escutando o que não parece interessar, respirando um ar composto de vida, sentindo o arrepiar dos movimentos da brisa, sentindo a nós mesmos incorporados num mundo estávelmente caótico... Agora...
O que nos vale realmente?
...


"A pequena Vendedora de Fósforos" do escritor Hans Christian Andersen, mostra um pouco daqueles que julgamos ter pouco... mas que sabem ir além do 'possuir' e CRIAM um mundo novo, sem renunciar ao velho. Os que pouco tem, muito mais possuem verdadeiramente!


Lembro-me de ter lido esse conto ao 8 anos de idade e já me mobilizava um pouco, na medida do que eu achava conhecer... Hoje, que já não julgo ou 'meço' conhecimentos, sinto isto ecoando 'dentro' de mim muito mais...

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