quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Esperança(?!)

Hoje o dia amanheceu nublado, mas como sou teimosa, acordei feliz. Mais tarde o sol sentiu saudade e apareceu...
Enfim,
Por esses dias (na verdade, há um bom tempo) tenho refletido muito sobre tudo o que tem acontecido ao meu redor, e não me refiro apenas as coisas próximas. Sinto um certo desespero contido quando penso nas manifestações violentas, nos ataques terroristas, na miséria (isso já é papo mais antigo, mas ainda existe), nas doenças, nas mortes, nos desastres naturais (ainda que isso seja mais justificável... e revele o limite e pequenez humana), nos lixões cada vez maiores, nas árvores que vão ao chão, nas queimadas, na extinção de animais (assunto cada vez menos raro), na água cada vez mais suja, no ar cada vez mais denso e poluído... Tudo tem acontecido de forma tão rápida e ao mesmo tempo tão lenta, que temos nos conformado com esses fatos. Assistimos a Tv que mostra a tragédia e em seguida os gols da rodada, ou a notícia da separação de algum ator famoso. Sentimos mais piedade quando vemos um cão morrendo do que quando ficamos sabendo que N pessoas morrem em consequência da AIDS na África, ou de outra doença típica das condições dos países subdesenvolvidos, todos os anos (mortes se tornam apenas estatísticas). Perdemos a capacidade de amarmos uns aos outros, nos apegamos mais facilmente a objetos pois nos sentimos sós e somos orgulhosos demais para aceitar ajuda ou companhia. Sentimos inveja e maldizemos com facilidade, morremos pela boca, nos interessamos pela tragédia alheia e nos esquecemos de nossa própria vida, de nossa família, do que realmente é essencial  ('O essencial é invisível aos olhos (...) só se vê bem com o coração',O Pequeno Príncipe,Antoine Saint Exupery- inesquecível a lição que esse livro nos apresenta); e quando se vê, a vida já acabou, e o que nos restou, lembranças vazias e uma carcaça cada vez mais pesada.
Tudo o que deveria ser incomum, inaceitável e incômodo agora faz parte de nossas vidas, impregnou-se em nós e nos acomodou, nos cegou...

Eu não sei mais o que pensar, sei que isso me atordoa, sei que sinto vontade de gritar, de questionar desde quando nos tornamos tão mesquinhos assim. Admitir que é o mal do ser humano é se render, é mostrar que nosso comportamento é imutável e que nossas atitudes são irreversíveis , e sabemos que não são, mas temos preguiça de querer mudar a nós mesmos, afinal, toda mudança gasta energia e tempo, e a energia está cara e tempo é dinheiro... É mais fácil apontarmos um para a cara do outro fugindo sempre da culpa e caindo em uma eterna discussão do que nos levantarmos da maldita cadeira e tomarmos alguma atitude a respeito...

Esperança ainda tenho, só não sei se estarei viva para ver alguma ponta de mudança...
De qualquer jeito... eu espero...




(* A Mafalda me entende)

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